Estudo in vivo dos efeitos da ozonioterapia sistêmica na reparação de feridas de extração dental: avaliação histomorfométrica e imunohistoquímica
Aluno: Erton Massamitsu Miyasawa
Orientador(a): Prof. Dr. Luis Eduardo Marques Padovan
Área: Implantodontia
Ano: 2023
RESUMO
A ozonioterapia tem sido descrita como um tratamento coadjuvante em vários tipos de doenças
desempenhando um papel antimicrobiano, antiálgico e anti-inflamatório nas aplicações tópicas, e um
agente regulador das funções imunológicas e antioxidativas quando administradas de forma sistêmica.
A proposição do presente estudo foi analisar os efeitos biológicos da terapia com ozônio através de
aplicação única via intraperitoneal e a influência de diferentes doses, na reparação óssea de alvéolos
dentais pós exodontia em ratos. Setenta e dois ratos (albinus, Wistar) foram aleatoriamente separados
em quatro grupos que após exodontia do incisivo superior direito, receberam o seguinte tratamento:
Grupo C – Controle (sem aplicação da mistura O3/O2); Grupo Oz15: animais receberam a mistura O3/O2
na dosagem de 0,3 mg/kg; Grupo Oz35: animais receberam a mistura O3/O2 na dosagem de 0,7 mg/kg;
Grupo Oz50: animais receberam a mistura O3/O2 na dosagem de 1,0 mg/kg. Seis animais de cada grupo
sofreram eutanásia aos 7,14 e 21 dias. A avaliação histomorfométrica intragrupo revelou que todos os
tratamentos promoveram maior porcentagem de tecido ósseo (PTO) nos períodos de 14 e 21 dias,
comparado aos 7 dias; que os tratamentos com a mistura O3/O2 a PTO foi maior aos 21 dias, comparado
ao período de 14 dias. A avaliação intergrupo demonstrou diferença estatisticamente significante de
PTO entre os grupos Oz35 e Oz50 aos 14 e 21dias, comparado ao grupo controle nos mesmos períodos;
entre Oz50 (14 e 21 dias) comparado ao grupo Oz15 nos mesmos períodos, e entre grupo Oz50 aos 21
dias comparado ao grupo Oz35 no mesmo período. Houve maior imunomarcação de osteocalcina (OCN)
em todos os grupos aos 21 dias, comparado ao controle 7 dias, no mesmo grupo; no período de 21 dias
houve maior imunomarcação de OCN nos grupos controle e Oz15 comparado ao período de 14 dias, no
mesmo grupo; o grupo Oz50 nos períodos de 7 e 14 dias demonstrou maior imunomarcação que o grupo
Controle e Oz35 no mesmo período. Não houve diferença na imunomarcação de fastatase ácida tartarato
resistente (TRAP) entre os grupos e períodos avaliados. Dentro dos limites deste estudo pode ser
concluído que o uso sistêmico da mistura O3/O2 beneficiou a reparação óssea; que a dose empregada do
ozônio possui relevância para melhorar os eventos biológicos; que os resultados mais favoráveis foram
evidenciados com a dose de ozônio de 1,0 mg/Kg de animal (50 μg/ml de O3).