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Tese

Comparação histológica da cicatrização da elevação do assoalho do seio maxilar com substituto ósseo xenógeno em dois tempos cirúrgicos. Um ensaio clínico randomizado.

Aluno: Ricardo Pasquini Filho
Orientador(a): Prof. Dr. Leandro Eduardo Klüppel
Área: Implantodontia
Ano: 2024

RESUMO

 

Introdução: A utilização de biomateriais osso bovino sinterizado em enxertos de seio maxilar favorece a formação de um tecido ósseo viável, promovendo aumento da altura, densidade óssea e superfície de contato entre osso e implante. Esses fatores contribuem para a osseointegração e longevidade dos implantes dentários. No entanto, o tempo ideal de cicatrização para a instalação dos implantes em áreas enxertadas exclusivamente com esse biomaterial ainda não está bem estabelecido.

 

Objetivo: Comparar os efeitos de dois tempos distintos de cicatrização (4 e 8 meses) na neoformação óssea após a elevação do assoalho do seio maxilar com enxerto ósseo bovino sinterizado, por meio de análises histológica e histomorfométrica.

 

Materiais e Métodos: Quatorze participantes com edentulismo bilateral na região posterior da maxila foram incluídos e randomizados em dois grupos com períodos de cicatrização de 4 e 8 meses, utilizando o modelo de boca dividida. Os enxertos de seio maxilar foram realizados no início do estudo (mês 0) no Grupo Controle (GC) e após 4 meses no Grupo Teste (GT). No oitavo mês de cicatrização, amostras ósseas foram coletadas e submetidas à análise histomorfométrica para quantificação das porcentagens de osso neoformado, biomaterial remanescente e tecidos moles. As lâminas foram coradas com hematoxilina-eosina e Sirius Red sob luz polarizada para avaliação da neoformação óssea, maturação e organização das fibras colágenas. A comparação entre os grupos foi realizada por meio do teste t de Student para amostras pareadas (p<0,05)

 

Resultados: Foram realizados 28 enxertos de seio maxilar e instalados 54 implantes dentários. A análise histológica evidenciou trabéculas de tecido ósseo neoformado em íntimo contato com a superfície do biomaterial, com maior espessura no GC. As fibras colágenas no GC, apresentaram maior birrefringência, indicando maior espessura e organização em comparação ao GT. A histomorfometria demonstrou diferenças significativa na porcentagem de osso neoformado entre os grupos 4 meses (20,02%+/- 5,97) e 8 meses (28,22% +/-6,29; p <0,001), assim como na porcentagem de biomaterial remanescente (GT: 39,12% +/- 8,15; GC: 31,65% +/-8,70; p=0,005). A porcentagem dos tecidos moles manteve-se estável entre os grupos.

 

Conclusão: O período de cicatrização de 8 meses resultou em um aumento significativo na formação e maturação do tecido ósseo, sugerindo que este intervalo de tempo otimiza a qualidade do enxerto ósseo ao utilizar o substituto bovino sinterizado. As diferenças observadas destacam a influência do tempo de cicatrização na relevância na maturação e na organização tecidual, podendo ser relevante para a tomada de decisão clínica ao momento ideal para a instalação dos implantes.